segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Fonte de mergulho



No casal das laranjeiras existe há muitos anos, uma fonte de mergulho com uma traça fora do normal, que até se pode considerar património antigo e já há cinquenta e cinco anos que me recordo das pessoas da aldeia fazendo bicha na fonte da relva para se reabastecerem de água. Tinham que esperar pela sua vez, afim de apanhar o delicioso líquido, enchendo o cântaro de barro, e em último caso recorriam a esta fonte de mergulho que falo e está na foto, razão de se chamar fonte de mergulho.
Hoje infelizmente dotada de semi-abandono, naturalmente com bom aspecto no exterior, mas com o seu interior cheio de pedras e lixo dignificando pouco a sua beleza...
É pena que seja assim...Há cinquenta e cinco anos atrás, a respectiva ainda era portadora de água e funcionava, mas hoje como já existe água ao domicílio, está dotada ao abandono.
Pelo facto de tantos cântaros que aqui mergulharam, nota-se um desgaste na cabeceira interior granítica, provocado pelo uso. Pergunto: para onde fujiram as águas?
Alguém me sabe dar resposta?

Olaria


Esta foto foi feita no atelier da D. Fernanda Manique e neste preciso local, em tempos existia uma olaria, assim como existiam muitas na Freguesia do Telhado. Havia famílias inteiras a trabalhar a arte do barro, e este local em concreto pertenceu à família Ferreira.
Dedicadas à Olaria, houve em tempos a familía dos Isidros, os Angelos mais conhecidos pelos Catarinos - pelo facto da Mãe deles se chamar Catarina, os Oliveiras etc. Todas estas famílias com muitos irmãos, todos ligados à mesma arte de Oleiro. Hoje simplesmente existe esta simples Senhora que aproveitou a aprendizagem num curso de formação.
A foto mostra um torno antigo de oleiro, ainda manuseado com o pé, e em cima da bancada e na cabeça da roda, temos um assador para assar castanhas. Na bancada temos um cântaro com duas asas, também uma caçarola para levar carne ao forno (fazer assados).
No chão, temos um conjunto de potes, duas talhas de pataco, uma de três vintens incluindo um alguidar de sinco, e mais um alguidar vidrado.
O oleiro num dia de jorna durante as oito horas de trabalho tinha que produzir ou fabricar doze talhas de pataco, e de três vintens dez. Claro, isto com um ajudante preparando-lhe o barro.
Na fabricação da loiça míuda no fim do dia, o oleiro na cabeça do torno deixava um alguedar de sinco igual ao que está no chão.
Esta era a vida dura dos oleiros do Telhado e suas famílas...
A sobrevivência de muitas famílias do Telhado dependia da indústria do barro, era uma vida extremamente dura.

Multibanco

Nesta mesma foto também temos colocada na parede da casa, (onde se reúne a assembleia de freguesia no primeiro andar do edíficio), uma caixa multibanco que foi colocada há cerca de um ano aproximadamente. Mas como não quero errar, perdoarmeão pela informação, já que sou filho da terra ausente, mas que frequentemente visito o Telhado durante o ano.
Esta bela máquina está no r/ch do prédio, lugar vedado por um gradeamento e com uma rampa pensando nos deficientes e mais idosos.
Concretamente, é mais um benefício em que todos os telhadenses podem usufruir sem terem que se deslocar ao Fundão, para efectuar pagamentos ou levantar dinheiro.
É mais um benemérito para a população, porque sempre evita transtornos e deslocações frequentes à vila do Fundão, para efectuar estas operações que se tornam bastante incómodas para a população, principalmente para os mais idosos.
Obrigada meus senhores pela extraordinária e brilhante oferta, porque parecendo que não, é um bem essencial para todos e é destas pequenas coisas que se fazem por vezes as grandes diferenças.
Obrigado aos proponentes da ideia.