segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Fonte

Sou uma fonte que mora na Rua 11 de Abril, mesmo no centro da aldeia do Telhado, e paredes meias ou melhor dito, praticamente entre dois cafés e onde passam dezenas de pessoas todos os dias.
Vejo uns, que bebem café outros bebem cerveja, e eu aqui pasmada olhando para toda esta gente sem que ninguém me peça um copo de água, que nem a minha água dada querem.
Pois nasci em 1954 nessa data jovem que era, na mesma data que este Senhor que está escrevendo a meu respeito fez as habilitações do ensino primário. Ora já lá vão cinquenta e cinco anos, e à minha frente fizeram-se muitos bailes, tendo assistido a alguns namoricos, e hoje estou para aqui desprezada que ninguém quer saber de mim.
Tao pobre que estou, além de não dar água até a torneira me tiraram...
Será que alguém me pode ajudar?
Eu fonte, ficaria extremamente agradecida...
Lembrem-se que vos matei a sede durante muitos anos. Tenham pena de mim...
Pobre mas não para tanta secura...

Fonte do Vale

Uma fonte num dos lugares simpáticos, e rodeado de bons vizinhos, também eles simpáticos, também com uma floresta a cercá-la e aultrapassar, e cheia de verdura mas que não deixa de estar dotada ao abandono, sim!
E todas elas sem possuírem torneira, excepto esta que ainda é portadora de uma torneira mas há algumas que nem a torneira têm.
Tantas fontes que há na aldeia, mas nenhuma é capaz de oferecer uma gota de água aos seus vizinhos nem aos que por cá passam.
Nos próximos tempos, eu vou tentar dizer por onde andam as águas que abasteciam todas estes fontanários e que era um prazer para algumas pessoas, pelo menos era um prazer que algumas continuassem a correr esse precioso líquido: a água. E o porquê:
Porque as águas que se bebem do abastecimento público nem sempre são da melhor qualidade, pelo menos tenho ouvido pessoas a manifestarem-se nesse sentido. O Telhado é uma Aldeia com uma bom nascente de água, que sempre forneceu boa água a sua população. Neste momento andam perdidas naturalmente correndo para os ribeiros.