sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

As Crianças Têm Direitos


Esquadra de Policia -PIQUETE

Apenas 20 anos

Passaram esta semana, 20 anos sobre a Declaração dos Direitos da Criança. Parece tudo tão breve e, afinal, é mesmo breve o tempo que confirmou a necessidade de afirmar direitos de cidadania para além da secular declaração dos Direitos Universais do Homem.A condição e a idade não participaram no marco fundador dos tempos de anseio da igualdade democrática. E tem sido um caminho de revelação da nossa natureza mais egoísta, mais mesquinha, mais sórdida, que é denunciada por números e notícias. São milhões de crianças que todos os anos morrem de fome, que ainda vivem escravizados pelo trabalho, que participam nas guerras dispersas pelo mundo,que nunca foram à escola ou são vítimas de violência doméstica.Vítimas às mãos dos pais, vitimas às mãos das mães. A evocação destes 20 anos do reconhecimento de cidadania é revelador da lentidão com que descobrimos a importância dos nossos  filhos na afirmação da vida e da dignidade. Ainda por cima quando esta afirmação de princípios resulta de uma exigência e não de uma natural ordem de percepção da cidadania. De facto o olhar atento sobre as crianças começa no instante em que os países do hemisférico norte,os países ricos, descobrem que estão a envelhecer,que são cada vez menores os bandos de crianças.Quando percebem que as reservas potenciais do trabalho vão escassear, que o modelo económico que se desenvolvem, produzindo o trabalho precário algemado a crise que não deixam prever o futuro, secundarizou a gravidez,apertou-a nas barrigas de ferro do economicismo.E as crianças começaram a ser um bem cada vez mais escasso. Mais desejado e cada vez mais escasso. Por isso, evocar estes vinte anos de reconhecimento de direito e,forçosamente, a necessidade de interpelar os nossos percursos de vida.A necessidade de percebermos como foi possível chegarmos à necessidade de entregar direitos à população do amor. De facto, é urgente Humanizar a Humanidade. Chega de tanto sofrimento.

Francisco Moita Flores
Criminologista